Parabéns Dores de Campos pelos 87 anos de uma linda história

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Em Dores de Campos, a paixão nunca anda sozinha. Ela sempre escolhe um lado, veste uma camisa, toca um hino, defende um pavilhão. No futebol, o coração dorense bate em ritmo de clássico: de um lado, o Dorense Clube; do outro, o Sete de Setembro. Não é apenas bola rolando, é memória de arquibancada, discussão na esquina, amizade que provoca, mas não se rompe.

Na música, a cidade também se divide com elegância e tradição. A Lira Nossa Senhora das Dores e a Sociedade Musical São Sebastião disputam aplausos, notas e emoções, enchendo ruas e praças de sons que atravessam gerações. Cada dobrado executado carrega a história de quem aprendeu a amar a cidade através da música.

Quando chega o Carnaval, o coração volta a escolher cores. Acadêmicos ou Tudo Azul? A resposta define fantasias, bandeiras e o brilho no olhar. É rivalidade, sim, mas é sobretudo identidade: dois jeitos de viver a mesma festa, dois lados do mesmo orgulho dorense.

Na política, a divisão é antiga, quase lendária. O 15 e o 25 não são apenas números, são símbolos de uma rivalidade histórica que atravessa décadas, eleições e conversas acaloradas, sempre com a cidade como palco principal.

Em meio a tantas paixões, há um consenso que une a todos: o orgulho da Marluvas, nome que ecoa como sinônimo de trabalho, progresso e reconhecimento além das fronteiras do município. E há também a pergunta que nunca se cala, repetida com um sorriso de quem sabe a força do próprio chão: afinal, quantas selarias existem em Dores de Campos? Ninguém sabe ao certo, mas todos sabem a resposta essencial — aqui está a Capital das Selarias de Minas Gerais.

Assim, Dores de Campos chega aos seus 87 anos como quem soma capítulos de uma grande história. Uma cidade construída entre rivalidades apaixonadas e amores incontestáveis, sempre aos pés de Nossa Senhora das Dores, padroeira e intercessora junto a seu Filho, Jesus. É sob esse olhar protetor que o povo dorense segue, dividindo-se em lados, mas unido no mesmo sentimento: o orgulho de ser dorense.

Jornalista Ricardo Arruda.

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