Em dezembro de 1984 o então prefeito José Maria Reginaldo da Silva deu um passo importantíssimo na história do município ao criar a Feira de Artesanato e Indústria de Dores de Campos (FAIDEC) a menina dos olhos da população dorense, que passou a ter um evento que divulgasse os produtos fabricados e comercializados pela nossa gente. “Este era o ideal do Zé Maria, dar a oportunidade para que todos pudessem expor os seus produtos e ao mesmo tempo, realizarem bons negócios, mas para isso acontecer, precisava criar um evento forte, robusto e de credibilidade, que chamasse a atenção de todos, aí nasceu a FAIDEC”, destacou a ex- primeira dama, Terezinha Saldanha, que acompanhou tudo bem de perto, afinal foram quase 40 anos ao lado do ex-prefeito, união da qual nasceram dois filhos: Samuel e Synara Saldanha.
Zé Maria ou Bigode, como era conhecido, morreu no dia 13 de maio do ano passado, aos 68 anos de idade, após 14 anos de luta contra o Mal de Alzheimer. Ele sempre será lembrado como um político visionário, responsável por grandes obras, como o Tratamento de Água, o primeiro projeto do Hospital Municipal, descontinuado pelas administrações seguintes e onde hoje funciona a sede da APAE, além do Posto de Saúde da avenida Getúlio Vargas, de centenas de quilômetros de rede de esgoto e pluvial, sem falar no calçamento e na pavimentação de inúmeras ruas de Dores de Campos. Um detalhe curioso, que sempre passa despercebido, é a iluminação do Cemitério Municipal, que também foi instalada na gestão do ex-prefeito.
Terezinha Saldanha se recorda de fatos memoráveis relacionados aos dois mandatos do ex-prefeito. O primeiro de 1983 a 1988 e o segundo de 1993 a 1996. “Talvez ele seja o único prefeito de Dores de Campos que tenha sido eleito pelos dois grandes partidos da cidade. Todo mundo votou no Zé Maria, seja na vitória do primeiro mandato em 1982, pelo antigo PDS, hoje Democratas, ou na conquista do segundo mandato em 1992 pelo MDB”, destacou. Muito franca, a ex-primeira dama não fica encima do muro quando perguntada qual dos dois mandatos foi o melhor: “O primeiro foi quase perfeito, claro que tinha algumas críticas, mas foi muito melhor que o segundo”, salientou.
Voltando a falar da FAIDEC, Terezinha Saldanha citou grandes artistas que subiram no palco: Moacir Franco, Jair Rodrigues, Perla, Dalvan, enfim, nomes que faziam parte do grande circuito nacional na época e que deixaram seu nomes na história de Dores de Campos. Ela também destacou a preocupação do Zé Maria em preservar a história do município, com a criação de espaços dedicados à cultura dos tropeiros, como as comidas típicas, as roupas usadas na época e até mesmo os seus objetos. A procura por espaço na exposição dos estandes também era bastante acirrada e nos dois primeiros anos da FAIDEC em 1984 e 1985 os eventos foram realizados na avenida Governador Valadares, depois foram transferidos para a rua Expedicionários do Brasil, a rua da Prefeitura e no ano de 2010, a FAIDEC se mudou em definitivo para o Parque de Exposições no bairro Paloma, onde também abraçou a agropecuária com a inclusão do rodeio, do concurso de marcha, da cavalgada, do desfile de carros de boi e da exposição de animais.
“A FAIDEC era de domingo a domingo. Uma festa linda, maravilhosa que os dorenses ficavam esperando na maior ansiedade. Fico feliz ao saber que a marca FAIDEC se consolidou, mas não posso deixar de comentar, que também percebi uma certa resistência política por parte de algumas pessoas”, comentou Teresinha Saldanha, completando em seguida: “Hoje a gente observa que alguns empresários ignoram a festa porque não fazem parte do partido do prefeito. Isso não pode existir. Quando o Zé Maria criou a FAIDEC, a ideia central era propagar os produtos fabricados e vendidos pelos dorenses, com o objetivo de aquecer a nossa economia, gerando emprego e renda. A FAIDEC não combina com política”, finalizou.
Você sabia?
As duas primeiras edições da FAIDEC em 1984 e 1985 foram realizadas no mês de dezembro, mas por ser um período de chuva, a Feira foi transferida para o mês de julho. No ano de 2010, com a mudança para o Parque de Exposições do bairro Paloma, o evento passou a ser realizado no mês de agosto.
O Dia da Emancipação de Dores de Campos, em 17 de dezembro de 1938, José Maria decretou o dia 17 de dezembro, o dia comemorativo à emancipação de Dores de Campos, como Feriado Municipal. Isso passou a valer a partir da primeira FAIDEC.
É visível que a FAIDEC trouxe benefícios para Dores de Campos em vários aspectos. Pelas Fotos no Google Fotos, irão poder ver dois Dores de Campos, o antes FAIDEC e o pós FAIDEC. Também, quanto melhorou a qualidade das montarias e a proliferação de lojas, nas entradas da cidade principalmente.
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