História

No século XVII e XVIII os Bandeirantes passaram por estas terras procurando por ouro. Não encontrando, eles foram para outras regiões, principalmente em Tiradentes e São João Del Rei. Em princípios do século XIX, Bernardo Francisco da Silva, adquiriu uma grande extensão destas terras, nas margens do “Ribeirão do Patusca”, visando a exploração da agropecuária e veio a ser o fundador do povoado do Patusca (Patusca: no dicionário da língua portuguesa, quer dizer festas). A denominação “Ribeirão do Patusca” veio de um Senhor Português, que tinha uma pousada em sua margem à 4 Km deste lugar e que fazia festejos para os viajantes, que por lá passavam, daí, a denominação do “Ribeirão do Patusca”. O senhor Bernardo Francisco da Silva teve quatro filhos e estes se casaram e construíram quatro casas de pau-a-pique, formando assim, o embrião do nascimento da cidade de Dores de Campos. Os filhos introduziram o trabalho variado no lugar em formação. Destas cinco famílias e com o aparecimento de pessoas que por aqui chegaram e aqui permaneceram, deu-se o início a um aumento de residências que logo passou a se chamar de “Vilarejo do Patusca”, por causa do “Ribeirão do Patusca”.

A região do “Povoado do Patusca” pertencia ao Município de Tiradentes. Com a construção da capela de Nossa Senhora das Dores, foi criado o “Distrito de Dores do Patusca”. Por decreto nº 14, de 15 de abril de 1890, sendo governador do Estado de Minas Gerais, o doutor João Pinheiro da Silva, expediu o referido decreto que desmembrou, o Distrito de Dores do Patusca, do Município de Tiradentes e integrando-o ao Município de Prados. O território de Dores do Patusca é ondulado de colinas, onde se vêm excelentes terrenos para cultura e boas pastagens. O Povoado foi se desenvolvendo em meio às colinas. Para sobrevivência, a princípio, exerceram atividades hortigranjeiras e pecuárias. À medida que a população foi aumentando, sentiram a necessidade de outras atividades.

Surgiram, então, a ideia de fabricação de arreios, entre os anos de 1835 e 1840, foi crescendo com o lugar e logo assumiu proporções de verdadeiras indústrias, gerando empregos para mulheres, que faziam o trabalho em suas casas. Com o aumento da produção e de variados acessórios de montaria, sentiram a necessidade de vender o produto. Surge então, outra atividade, a de mascate. De suma importância para o desenvolvimento, os mascates começaram então a organizar tropas de burros, que levavam as mercadorias em grandes balaios, feitos de bambu, que com ajuda de companheiros (tropeiros), levavam os produtos para serem vendidas em arraiais, fazendas, cidades e até em outros Estados como: Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Goiás e Mato Grosso. Chegaram até à cidade de Parati (RJ), pela trilha da Estrada Real. Os mascates viajavam por meses, levando mercadoria para venda e trazendo novidades. Quando retornavam, eram recebidos com festas. Uma das especialidades era uma montaria chamada “silhão”, tipo de montaria segura e muito confortável, de assento macio, destinado para as mulheres que a utilizavam montando de lado. O povo dorense mantinha entre as famílias, estreitas relações de amizades. Eram freqüentes as festas familiares, que surgiam a qualquer pretexto. Aniversários ou a chegada de alguém que estivesse ausente por alguns dias e que era motivo obrigatório para visitas. As reuniões familiares, tão animadas, foram as preliminares da vida social intensa e a solidificação das amizades entre as famílias.

Em 1° de outubro de 1879, para construção do corpo da igreja, viajou a Lira Nossa Senhora das Dores, para uma excursão, a fim de arrecadar recursos para a construção, levando os instrumentos e vasto repertório de escolhidas peças musicais. Retornaram no dia 30, com uma quantia de $1.600 (um conto e seiscentos mil réis). Pôde então ser construído o corpo da igreja, em caráter provisório. Em 1875, o senhor Agostinho Silva juntou-se com o senhor Antônio Roque de Melo e fundou a 1ª banda de música local.

Randolfo Teixeira de Carvalho, filho de Vicente Teixeira de Carvalho, por seu patriotismo e esforço, obteve para o distrito: criação da agência dos Correios; duas escolas, uma para o sexo masculino e outra para o sexo feminino; água potável e canalizada até as torneiras em vários pontos do lugar e, a criação do grupo escolar, que tem seu nome. Em 1912, a população quis render homenagem a Nossa Senhora do Rosário, e, também criar facilidades para que se pudesse comemorar nas Semanas Santas, a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, fundando a capela de Nossa Senhora do Rosário. Por volta de 1924, surgem os primeiros Doutores no distrito: Doutor Sebastião Teixeira da Silva Malta (Médico) e Doutor José Lopes Pereira (Dentista).

Em 1925, foi erigida a torre da matriz, com 25 metros de altura. Fizeram-se as passagens em formato de arcos ou estilo gótico, um em frente à porta da igreja e dois nas laterais. A cima, uma janela de acesso pelo coro. Mais a cima, onde ficam os sinos, dois pequenos nas laterais e um grande na parte da frente e mais acima um formato de pirâmides que em seu cume foi colocado uma esfera.

Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores

Terminada a torre ficou faltando a cruz. Um Senhor, chamado por Chico Silva, natural do povoado e carpinteiro, apresentou-se como voluntário para fazer o serviço. Amarrando diversas escadas, até conseguir chegar a tal esfera, numa escalada difícil e perigosa, tornou-se um autêntico malabarista. Quando afinal colocou a cruz. Foi um momento emocionante em que todos se abraçaram e deram vivas ao herói. Dores de Campos se emancipou de Prados e se tornou um município independente, no dia 17 de dezembro de 1938, através do Decreto Lei 314, assinado pelo então governador Benedito Valadares.

Memorial dos Tropeiros
Mirante do Cruzeiro
Praça do Cristo

Dados Gerais:

Emancipação: 17 de dezembro de 1938
Gentílico: Dorense
Mesorregião: Campo das Vertentes
Microrregião: São João Del Rei
Municípios limítrofes: Prados, Carandaí, Barroso e Barbacena
Distância até a capital, Belo Horizonte: 210 KM

Geografia:

Área: 127,3 KM²
População: 10.007 habitantes – IBGE/2023
Densidade: 71,9 hab./KM²
Altitude: 926 m
Clima: Tropical de altitude
Terreno: 50% ondulado, 25% montanhoso e 25% plano.

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