Dores de Campos vice uma preocupação: O número de casos de câncer tem aumentado bastante nos últimos anos e, de acordo com um grupo de moradores, o fato da torre de telefone celular da Vivo estar funcionando dentro da Estação de Tratamento de Água (ETA), pode ter alguma relação. Tanto, que o vereador Agostinho da Darci (União Brasil) que já havia tocado neste assunto na Câmara Municipal há alguns anos, pretende retomar o debate nas próximas sessões do legislativo dorense e, ainda, sugerir ao presidente, vereador Merson do Cassimiro (MDB) a realização de uma Audiência Pública para aprofundar o caso com a participação de médicos e engenheiros especializados. “É um assunto muito importante e precisamos saber, se de fato a população dorense está sofrendo as consequências desta irradiação e, principalmente, se tem alguma relação com a água “, destacou Agostinho da Darci (União Brasil).
Muito se fala sobre as consequências do uso excessivo do telefone celular. No ano de 1999 foi proibida a sua utilização em aviões, porque ele emite ondas de rádio que podem interferir na faixa de comunicação das aeronaves. Além disso, de acordo com o professor Luciano Vieira, do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia, a alta frequência de radiação emitida por raio-x, micro-ondas e celulares pode ser prejudicial à saúde. Entretanto, segundo ele, o problema do celular é que a radiação que ele gera cria um campo magnético que não se dissipa se o usuário apenas se afastar dele.
Entre 2006 e 2007, uma aluna de graduação da UFU começou a ter fortes dores de cabeça e nenhum remédio convencional conseguia fazer efeito. Diante desse fato, o professor começou um estudo que consistiu em retirar o uso do celular da aluna e, em dias, as dores de cabeça cessaram. Inferidos a causa e o efeito das dores, o professor aprofundou seus estudos e comprovou que o campo eletromagnético gerado pelo celular pode causar incidência de câncer. Segundo a recomendação do professor, só se deveria utilizar o celular durante 10 minutos por dia, “mas você fica o dia inteiro com o celular próximo ao corpo e, em até dois metros, o campo atinge a pessoa”, explica.
Por volta de 2007, o professor Luciano Vieira já se preocupava com as antenas de torres de celulares. Porém, na época, havia poucas torres em Uberlândia e “por vários anos, elas ficavam em locais mais isolados, a mais de 50 metros das residências e edificações”, diz o pesquisador. Entretanto, atualmente, de acordo com Vieira, Uberlândia tem mais de 370 torres de celulares espalhadas na cidade e, há três anos, ele e o aluno Pedro Kiszka, hoje especialista em telecomunicações, começaram a fazer medições da distância entre as torres e as residências no município.
De acordo com os estudos, a abrangência da radiação emitida pelas torres é de, no mínimo, 50 metros a partir do ponto de edificação. Isso significa que, se a distância da residência à torre for menor que esse valor, a população que vive naquele local está exposta à radiação. A diferença do celular para as antenas, como explica o pesquisador, é que o sinal do celular é de cinco watts e o das antenas chega a 500 watts, ou seja, o dano produzido nas pessoas é muito maior. Além disso, como explica Vieira, uma única torre possui várias antenas e cada antena “gera no mínimo de 10 a 100 vezes mais potência que o celular”, conta o professor. Diante desses dados, e com a torre da Vivo dentro da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Dores de Campos, cria-se a necessidade de um amplo e profundo debate sobre o tema.
Assunto este muito interessante, já que o índice da doença em Dores de Campos é muito alto.Parabéns ao vereador,caso seja constatado algo ,com certeza o índice poderá abaixar bastante,em situações que provém da irradiação.
Mas ninguém fala da quantidade enorme de celulares próximos ao ouvido das pessoas, pois hoje todo mundo tem e usa um telefone celular o tempo todo próximo de si mesmo. Acho que o problema maior está aí e não é um problema só de Dores de Campos também.