Portal Dores de Campos Paixão por Dores de Campos!
Em meio ao silêncio das madrugadas e à incerteza dos dias, uma mãe dorense, que chamaremos de Maria para preservar sua identidade, vive um drama que infelizmente se repete em muitas famílias brasileiras: a luta contra o vício em crack do próprio filho. A equipe do Portal Dores de Campos conversou com ela, que, com a voz embargada e o coração dilacerado, contou sobre a rotina de medo, esperança e impotência.
Portal Dores de Campos: Quando a senhora percebeu que algo estava errado com seu filho?
Maria: Eu comecei a notar que ele estava diferente… mais nervoso, sumia por horas, às vezes dias. No começo eu achei que era só amizade errada, uma fase. Mas um dia ele chegou em casa transtornado, sem dinheiro, com os olhos fundos… foi aí que eu descobri que ele estava usando crack.
Portal: Como foi para a senhora lidar com essa descoberta?
Maria: Um choque. Eu caí no chão, chorei, me senti culpada. A gente cria um filho com tanto amor, dá o que pode, e de repente o vê se destruindo. Eu não dormia mais. Cada vez que o telefone tocava, eu achava que era a polícia, ou o hospital…
Portal: Ele chegou a aceitar ajuda para o tratamento?
Maria: Já tentamos várias vezes. Levamos em clínica, ele ficou internado duas vezes. Na primeira, até parecia que ia dar certo, mas depois fugiu. Na segunda, ele mesmo pediu pra sair. O crack é muito forte… domina a pessoa.
Portal: Como está a situação hoje?
Maria: Ele vive pelas ruas. Às vezes aparece em casa, pede comida, banho. Eu dou, porque é meu filho, mas o coração sangra. Eu nunca sei se ele vai voltar. Toda noite eu peço a Deus pra proteger ele e me dar força pra continuar.
Portal: O que a senhora diria para outras mães que passam pelo mesmo?
Maria: Que não desistam. Que busquem ajuda, conversem, procurem o CAPS, a igreja, o que for. Mas, acima de tudo, que não se culpem. A gente faz o que pode. O vício é uma doença, e a sociedade precisa entender isso.
Entre lágrimas e esperanças, Maria encerra a conversa com uma frase que ecoa como um grito de socorro:
“Eu só queria meu filho de volta.”
