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Diferente da secretária municipal de educação, Sirlene Aliane, que disse não trabalhar no sábado, o prefeito Marcílio Cotta (MDB) entrou em contato com a nossa reportagem na noite deste sábado (04) e afirmou que a EJA (Educação de Jovens e Adultos) na rede municipal não será encerrada, pelo contrário, ele garantiu a continuidade e ainda disse que pretende implementá-la, afirmando ser um compromisso assumido por ele, perante a população dorense, e que não existe nenhuma possibilidade das aulas serão descontinuadas, apesar de alguns alunos matriculados abandonarem os estudos, a popular evasão escolar.
“Fui surpreendido com esta matéria e afirmo que a EJA é um compromisso assumido pela nossa administração e não vamos encerrá-la de forma alguma, pelo contrário, vamos implementá-la. A desistência dos estudantes é um problema, mas a EJA vai continuar firme e forte”, destacou. Na matéria publicada anteriormente, a estudante que fez a denúncia já havia dito a seguinte frase: “Acredito que o prefeito não está sabendo disso”.
Entenda:
Na manhã deste sábado (04) uma estudante da EJA (Educação de Jovens e Adultos) da Escola Municipal Randolfo Teixeira, procurou a nossa reportagem para denunciar o fim das aulas, sem qualquer explicação. Segundo ela, a professora disse que não sabia explicar os reais motivos, mas as aulas da EJA foram suspensas pela Secretaria Municipal de Educação de Dores de Campos. Bastante chateada, a aluna disse que estuda ao lado do seu marido na quarta série.
“Tive uma vida muita sofrida. Precisei parar de estudar muito cedo. Agora, depois de mais velha, voltei a frequentar as aulas com o meu marido, e do nada elas são canceladas. E ninguém explica nada. Uma falta de respeito absurda. Acredito que o prefeito não está sabendo disso”, destacou. Conforme a nossa reportagem apurou, as aulas da EJA acontecem de segunda a sexta-feira na Escola Municipal Randolfo Teixeira em dois turnos, das cinco da tarde às sete da noite e das sete às nove da noite.
Segundo a estudante que fez a denúncia, a sua turma tem cinco alunos que frequentam as aulas regularmente, todos os dias da semana, e outros matriculados que trabalham e só aparecem quando podem, através de muito esforço. “A professora só avisou que a partir de segunda-feira não tem mais. Quero saber dos meus direitos e vou procurar o Ministério Público”, destacou.
Secretária de educação disse que não trabalha no sábado
Assim que a nossa reportagem recebeu a informação, fizemos um contato telefônico com a secretária municipal de educação, Sirlene Aliane, para saber mais detalhes sobre o fim desta turma da EJA. Pelo telefone, a secretária, com a voz bastante irritada, disse que não trabalha no sábado e só irá se pronunciar na segunda-feira. “Vocês gostam de uma polêmica. Não trabalho no sábado e na segunda-feira teremos uma reunião. Só falo na segunda”, enfatizou. O problema é que os alunos já foram dispensados e as aulas da próxima segunda-feira (06) já foram canceladas. Apuramos ainda, que o salário da secretária municipal de educação, com dedicação exclusiva, é de R$ 3.086,35 por mês.
Realmente o EJA merece todo o nosso carinho. São pessoas que não tiveram acesso aos estudos em idade regular e agora querem estudar pelos mais variados motivos, desde perspectivas profissionais ou simplesmente para ter um conhecimento de leitura que lhes permita compreender melhor o mundo. Dores precisa incentivar e infiltrar a leitura em todos os dorenses, pode começar com um clássico mexicano, “O Galo de Ouro” , de Juan Rulfo; ou mesmo alguns livros e contos, porque ler os contos é mais interessante, a maioria são curtos e você vivencia e reflete mais rápido. Outro livro curto muito bom é a “A morte e a morte de Quincas Berro D’água”, Jorge Amado, é uma coisa fora do comum. É claro que se a gente for estender, qualquer coisa do Machado de Assis é boa, Franklin Távora, Aluisio Azevedo…Agora, com relação a fala da mestre Sirlene, havemos de convir que tem dia que não é dia, e ser Secretário Municipal em Dores de Campos é uma barra. Tenho certeza de que ela e o Prefeito Marcilio vão resolver esta situação e voltar com o EJA nos melhores horários para todos que não tiveram a educação mais cedo. A melhor idade pode ser 10, 50 ou 80, e é para todos!