Apenas 38 cidadãos dorenses participaram da Audiência Pública que debateu no Plenário da Câmara Municipal o tratamento e a distribuição da água em Dores de Campos, um antigo problema que as administrações passadas não conseguiram resolver de forma definitiva, até porque menos da metade da população paga a conta anual de R$ 50,00 o que prejudica qualquer forma de investimento, conforme destacou Elizete Capeluppi, assessora de planejamento e gestão da Prefeitura.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, em 2016 ainda no governo do ex-prefeito Totinho do Ninico (DEM), o município planejou arrecadar R$ 175.453,84 mas arrecadou apenas R$ 90.415,98 um déficit de R$ 85.037,86. Já em 2017, no primeiro ano da gestão do prefeito Marcílio Cotta (MDB), a arrecadação caiu. De acordo com o planejamento, a expectativa era receber R$ 181.557,55 mas foram arrecadados R$ 88.261,55 totalizando um déficit de R$ 93.296,00.
Ao todo, foram quase três horas de muito debate, levantando todas as possibilidades e trazendo depoimentos importantes como da química responsável pela Estação de Tratamento de Água (ETA), Karina Jaques de Melo, que enfatizou as péssimas condições dos equipamentos utilizados na ETA, que além de obsoletos, já não atendem a demanda, estando funcionando numa situação extremamente precária.
As enfermeiras Juliete Tarcísio do PSF do bairro Paloma e Tereza Cristina do PSF da avenida Getúlio Vargas, levantaram uma série de doenças que podem ser causadas pela precariedade da água, inclusive podendo levar a óbito. Elas aproveitaram e também comentaram sobre os cuidados com a febre amarela. A moradora do bairro Cachoeirinha, Rosilene do Livramento, aproveitou para parabenizar o prefeito pela realização da Audiência Pública e classificou a situação da água como o pior problema de Dores de Campos.
O presidente do PT, Marcos Geovane Celestino Pinto, assim como o vice-presidente do MDB, Adriano Lopes, salientaram que o problema é de todos e não apenas de um partido político e deve ser encarado de frente sem qualquer tipo de politicagem, sempre buscando o melhor para a população. A mesma opinião do coordenador da Defesa Civil, Luciano Martins, que se posicionou contra a Copasa, mas pediu um apoio maior de toda a comunidade.
Com exceção do vereador Cimerco (PP), que teve a sua ausência justificada por estar participando da Missa de formatura da sua filha na Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), todos os demais vereadores participaram atentamente das discussões, ouvindo as opiniões dos especialistas e da população em geral. Ex-diretor do Serviço de Água e Saneamento (SAS) de Barbacena, o engenheiro José Francisco, também participou e elogiou o trabalho de toda a equipe da Prefeitura na busca de soluções imediatas para que os dorenses recebam uma água de qualidade.
Doutora em saneamento, a dorense Débora Neide, disse que visitou a Estação de Tratamento de Água (ETA) está totalmente inoperante, sem qualquer utilidade e precisa de mudanças emergenciais. Sobre a distribuição, o secretário municipal de obras, Olacy Braga, disse que Dores de Campos também passa por este grande problema. “Todo o sistema foi construído na década de 1980, quando a cidade tinha cinco mil habitantes. A população mais que dobrou e o sistema continua o mesmo. Temos que refazer tudo de novo e para isso precisamos de recursos”, finalizou.
O prefeito Marcílio Cotta (MDB) disse que não vai fugir da sua responsabilidade e revelou estar focado em resolver o problema do tratamento e da distribuição da água. Ele aproveitou para reforçar o pedido de apoio para toda a população, que deve evitar o desperdício e ajudar a melhorar a arrecadação. “Sem recursos não existe qualquer possibilidade de melhorar a prestação deste serviço. Em breve estaremos enviando um projeto de lei para a Câmara, normatizando novos critérios para a tarifa de água”, comentou.
Para se ter uma noção, o chefe de gabinete da Prefeitura, Wagner de Paula, contou que já está com um projeto para a modernização da Estação de Tratamento de Água (ETA) na ordem de aproximadamente R$ 700 mil, sem contar os valores que precisam ser utilizados nas obras de construção de um novo sistema de distribuição, daí a importância dos dorenses ajudarem na arrecadação, que como consequência também será utilizada na manutenção dos serviços.
O presidente da Câmara, vereador Bal do Carlos Heleno (PT), agradeceu a participação de todos, parabenizou o prefeito pela inciativa de encarar o problema de frente e citou algumas situações de desperdício e de problemas na distribuição da água. “Não tenho qualquer dúvida que tanto a Prefeitura, quanto a Câmara Municipal, estão firmes nesta caminhada, sempre buscando o melhor para toda a população”, revelou. Esta mesma opinião tem o vereador Belinho, líder da bancada dos Democratas. “Quero o melhor para todos e estou aqui para ajudar”, falou.
Achei muito importante, esclarecedora e a parte técnica foi perfeita a explicação por parte das pessoas envolvidas, Engenheiro, Diretor do Demae de Barbacena,da Bióloga Débora, da técnica em química do município e dos vereadores de todos os partidos e enfim na minha opinião foi muito produtiva. Pena que o numero de populares foi muito pequeno , embora tenha sido transmitido pela rádio.
Em tempo : Senti falta, principalmente daqueles que sempre criticam a água , nestas horas, é que deveriam estar lá para exercer o direito de cidadão de criticar, ou dar sua opinião !!!
Verdade Clauder. E as pessoas que na ultima eleição criticaram tambem a agua deveriam ter ido cobrar e fiscalisar uma melhora ainda mais.
Embora eu não saiba com quem estou conversando, pois Jeferson existem muitos, concordo, todos deveriam estar lá. Agora vc está enganado, a audiência, não foi para criticar ou fiscalizar o que foi feito ou deixado de fazer até hoje, o que tivemos lá , foi para mostrar o que vai ser feito e como vai ser feito o novo tratamento de água do municipio.